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Aqui você encontra na integra todo o material do libreto (cordel), se você ainda não conhece o projeto A VALE, A VACA e a PENA, leia agora o texto: ANTECEDENTES.

A VALE, A VACA E A PENA

A VALE: homenagem à nossa maior empresa

A PENA: volume de fumaça que escapa por uma chaminé

A VACA: colocada aí no meio é exemplo. O fazendeiro competente lucra com a sujeira dela, vendendo o esterco.




Removida a montanha em Minas

Pela fé na civilização

De Tubarão vai para o mundo

Nos deixando a poluição



“A vale a vaca e a pena”

Seis anos denunciou

Não houve novidade

A poeira só aumentou



Vinte quadros desenhamos

Com a poeira que chegou

Passando um ímã por cima

Presença de ferro indicou



Ano passado resolvemos

Com poesia insistir

Mas os homens que decidem

Continuam a se omitir



Estes versos tão simples

Têm segura intenção

Acabar com a tristeza

Reverter a decepção



Um ano se passou

Sem novidades no ar

A poluição só aumentou

Todos podem confirmar



O Convento está sujo

Nós não vamos limpar

Desculpa padroeira

É pra denunciar



Ele está todo manchado

É minério que chega lá

Não respeitam a padroeira

Muito menos quem vai rezar



Minério vem com o vento

Ferro sai da chaminé

Um imã de geladeira

Desengana qualquer mané



Minério de ferro no ar

E nós tendo que respirar

Não é como cigarro

Que precisamos comprar



Muitos já se lamentam

Das terríveis conseqüências

Aprenderam que S|A

Não tem mesmo consciência



São todas grandes empresas

Ganhando um dinheirão

Estão todas privatizadas

Respeitem a população



Empresários bem espertos

Atacam para se defender

Acusam a construção civil

Com maldade, podem crer



O nordeste sopra forte

Em nossa direção

Se abastece de poeira

Passando por Tubarão



Políticos que prometeram

Em alto e bom som

Que eleitos dariam jeito

Empossados abaixam o tom



O governo anda perdido

Na questão poluição

Não olha nem respira

Temendo complicação
ESPERANÇA


Pandora abriu a caixa

Só restou a esperança

Virtude que pacifica

Como sorriso de criança



Se a Seama aplica multa

É que algo aconteceu

Mas num passe de magia

Tudo se esclareceu



Há sempre jogo de cena

De se ir lá para multar

E depois com esperteza

A multa se anular



A Ufes em seu castelo

Só sabe é copiar

Os livros já escritos,

Não gosta de pesquisar



Certa mídia medrosa

Não quer incomodar

Quem faz publicidade

Que pode cancelar



As Ongs pobrezinhas

Vivem a água e farinha

Ficam também caladinhas

Em troca de uma graninha



Nossa saúde e equipamentos

Estão todos se estragando

Sem falar na tal sujeira

A tudo impregnando



De nosso lar inviolável

Não podemos descuidar

A poeira abundante

Penetra em todo lugar



Poluição é o grande cão

Que morde sem piedade

Devora de dentro pra fora

Pessoa de qualquer idade



Esse crime é sutil

Não escolhe o cidadão

Maltrata criança e velho

Atinge quem tem pulmão



Minério na parede

A chuva pode tirar

Dentro do nosso corpo

Que jeito se vai dar?



Dizem alguns estudiosos

Que dos males, os menores

São os minérios que nós vemos

Pois os gases são bem piores



Espero haver o dia

De não precisar reclamar

A justiça entrando em cena

E o pó por lá ficar



O sangue derramado

Da justiça seja alento

No combate destemido

De mais esse tormento



Certo dia homem sério

Pôs-se assim a indagar

Será que foi bom negócio

Industrializar o lugar?



O turismo tão falado

Industria sem chaminé

Hoje é impossível

Ninguém mais leva fé
CARIDADE


Das três virtudes sagradas

A caridade dá mais prazer

Quem dá e quem recebe

Indiferente não pode ser



Ganhar dinheiro é bom

Não de jeito tão sacana

Maltratando sem piedade

Um povo tão bacana



Entregamos para a indústria

Nosso chão e nosso irmão

Deram em troca um museu

Que caminha na contra mão



Nossas belezas naturais

Estão ficando embaçadas

Já se pesca quase nada

Não se fala em caçadas



A selva já é passado

Lá nem índio quer morar

Se não tomarmos providências

Será aqui pior ficar



Os donos do capital

Não querem nem saber

De ferro é que precisam

Isto é o que querem ter



Será terrível e triste

Se o homem tarde acordar

Percebendo o desequilíbrio

Sem poder mais consertar



Somos seres inteligentes

Não podemos deixar de agir

Defendendo bichos e plantas

E os que ainda estão por vir



A mata do Convento

Antes era fechada

Perdeu cipós e árvores

Hoje está toda brocada



A indústria traz riqueza

Mesa farta, lazer e saúde

Mas sem controlar a poluição

Traz primeiro o ataúde



Deus tem grande paciência

Com o homem, quase infinita

Mas ao ver o nosso mundo

Certamente Ele se irrita



Pode ser que um dia

Resolva nos castigar

Entre quem faz ou consome

Ninguém há de escapar



Fechando esses versos

Fico a imaginar

Será que essas empresas

Não têm face pra corar?



Há gente com talento

Para o problema resolver

O que falta é pressão

Pro governo se mexer



A solução eficiente

Todos sabem está a mão

Pesquisar e pleitear

Na justiça indenização



Estimamos nossas empresas

Que abastecem o mundo

Resolvendo o problema

O amor será profundo.

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