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MEIO SÉCULO DE UM DESASTRE AMBIENTAL CRESCENTE
Quando pequenos agricultores do Oregon (EUA) perceberam que minguava a
água do riacho que abastecia a região, sem ter como causa
a ausência de chuva, eles organizaram caravanas e investigaram o
fato. Descobriram que castores estavam construindo uma barragem, em
remanso próximo à nascente do riacho, na Cascade Range
(Cordilheira das Cascatas).
Como se tratava de uma área remota, no vizinho Estado de
Washington, esse governo foi informado do problema e do risco que seus
vizinhos corriam se a barragem se rompesse. Eles agradeceram o alerta e
tomaram providências.
Quando a siderurgia, na região dos Grandes Lagos, EUA, se
expandiu, produzindo enorme quantidade de SO2 que, combinado com H2O
(vapor de água na atmosfera), forma o H2SO4 (ácido
sulfúrico), que se precipita com as chuvas (chuva ácida),
“queimando” florestas, foram os vizinhos canadenses que
pressionaram, para que o problema fosse resolvido pelos americanos.
Barragens são obras de engenharia construídas desde a
Antiguidade. A técnica para a construção e a
consequência de seu rompimento são conhecidas há
milhares de anos.
Na era dos satélites e da informática, com recursos
técnicos virtuais baratos e extraordinários, se o governo
do ES estivesse atento ao risco que barragens vizinhas oferecem, e
“agido de maneira firme, desde o início para cobrar
responsabilidade”, a batalha pela vida do Rio Doce não
aconteceria.
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Há
um mês, em palestra para 800 alunos do colégio Marista, Grande Vitória,
perguntei quantos ali presentes tinham problemas com rinite ou alergia.
Quase todos levantaram suas mãos.
– “Óóóó...” __ foi um espanto geral.
A
preocupação com a qualidade do ar na Grande Vitória se iniciou na
década de 70. Se compararmos a poluição de ontem com a de hoje, veremos
que era modesto o impacto ambiental naquela época. Entretanto as usinas
foram se multiplicando no mesmo lugar: Ponta de Tubarão, Vitória, ES.
Sempre alegavam que, se instalada a nova usina, equipamentos mais
modernos seriam implantados em todas, e, assim, os níveis de poluição
despencariam.
Em 2008 o nível de poluição já incomodava bastante
e causava enormes prejuízos à população, em bens, serviços, saúde e
imagem. Já havia consenso sobre a impropriedade do local para a
atividade siderúrgica. Foi quando o governo Paulo Hartung aprovou a
construção da gigantesca Usina 8. Ela é quase do tamanho das 7 usinas
anteriores somadas. Com sua inauguração em 2014, o desastre ambiental
foi amplificado.
Por não se tratar de um acidente, pelo tempo,
gravidade, amplitude e sutileza, e por alcançar direta e
indiscriminadamente a todos, numa população muito maior, considero “a
maior tragédia ambiental da história do país” o descaso com a poluição
do ar no Espírito Santo.
Kleber Galvêas, pintor. Tel. (27) 3244 7115 www.galveas.com novembro, 2016
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