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WARCHALOWSKI: Uma família de artistas

 

Quando criança, ia da Prainha à Praia da Costa, passando pela Avenida Champagnat. Do lado esquerdo,quase chegando à praia, havia uma casa azul, que tinha sempre expostos no jardim desenhos e pinturas de Stanislaw Warchalowski. Eu parava para ver. Entretanto nunca tive coragem de bater palmas e pedir para olhar de perto. A casa estava sempre fechada, e nunca havia gente no jardim.
Quando abri ao público meu ateliê na Prainha, em 1979, fui ver de perto o trabalho do Lao.
Pretendia convidá-lo a expor no ateliê. Lá, descobri um ninho de artistas: Lao, mestre na técnica do guache, usando sempre um colorido tropical forte para motivos regionais, recriava lendas tradicionais quase esquecidas, e retratava, com nuances “cálidas”, nossas bonitas mulheres.
Foi pioneiro da publicidade nacional. O prédio onde tinha estúdio foi demolido para expansão da Avenida Rio Branco, no Rio.Dona Wanda, agulha de ouro e imaginação genial, criava um mundo de pequenos seres de feltro e arame, que pareciam ter vida. Proporções corretas, forte expressão e sensação de movimento caracterizam sua obra, que ganhava vida em cenários construídos com originalidade.
A filha Beatriz, tendo estudado Artes Plásticas na Ufes e EBA (Rio) fez com carvão e grafite os primorosos retratos de seus pais.
Todas as peças da família Warchalowski que estarão no ateliê, em exposição aberta ao público com entrada franca, foram exibidas em Varsóvia, Polônia, em 2009. Na oportunidade, a Biblioteca Central Polonesa lançou um livro, em polonês, com 300 páginas, contando a saga desses artistas.
Beatriz, 81 anos, por nossa insistência, escreveu, em português, um resumo da trajetória dos seus pais. O livro de capa dura, com reproduções coloridas de obras da família, será lançado na abertura da exposição, dia 17 de agosto, às 17 horas.
Os Warchalowski vieram morar em Vila Velha em 1952. Lao faleceu em 1983, aos 81 anos. Wanda, com 102 anos, em 2006. São nossos! Como Massena, eles passaram a maior parte de suas vidas aqui e aqui ficaram.
Beatriz é a curadora da exposição. Com seu livro focando a vida e obra de seus pais, busca compartilhar com brasileiros um patrimônio cultural, na apreciação do qual os poloneses se adiantaram.

 

 

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