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RESTAURAÇÃO POLÍTICA – (A Tribuna, domingo,
21/10/2018)
Na medida em que os agrupamentos
humanos se desenvolveram, surgiu a necessidade de uma instituição capaz de
gerenciar as relações entre cidadãos, e desses com o Estado, considerando a
priori a ética e tendo a razão como norma e fim. É oportuno que as crianças, desde a mais tenra idade, exercitem a democracia, para que, na fase adulta, a prática democrática seja natural. Algumas escolas possuem grêmio, mas isso não deveria ser exceção. Toda associação que corresponde ao interesse do indivíduo lhe é propicia, para que ele possa aprender a participar, colaborar e criticar. Junto com a política surge a polícia de Estado, para assegurar o cumprimento das leis. A polícia, como órgão preventivo e defensivo, atua para manter o estado político vigente: o governo. Quando a liderança que o controla exerce o poder sem autoridade, pode promover o crescimento, mas inviabiliza o progresso humano. Em situações extremas (ditaduras), a polícia se constitui num Estado dentro do Estado. É o retrocesso à barbárie.
No mundo, em evolução, o
fenômeno político representa um contínuo devir impulsionado por forças sociais
e políticas que, na atualidade, refletem tendências arrivistas (pessoais) e
apriorísticas (partidárias) em detrimento do aprimoramento da instituição.
Essas tendências aparecem nos desvios para o culto da personalidade do
governante e na sua perpetuação, sem que se dê conta de que isso expõe a
precariedade da instituição política. Governantes assim não são da cidade,
Estado, União, mas do partido “A”, “B” ou “C”. E eles têm donos! |
A liderança com
base na autoridade (adquirida pela competência, dedicação e disposição para
servir) deu lugar ao poder, que pode ser tomado ou comprado, conquistado pelo
engodo, pela demagogia ou pela força. A história mostra que isso nunca deu
certo. Tal como o vistoso ídolo de pés de barro que desmoronou, carece de base
consistente (ética) para sua sustentação. Em pesquisa recente, os brasileiros apontaram a democracia como a melhor forma de governo. A política partidária é a sua sustentação, fermento e guia na evolução. Entretanto lamentamos a morte da prática partidária. Partidos sem ideologia funcionam como balcões de negócios privados, escusos e fazem coligações contraditórias. Disputam cargos públicos e seduzem com esmolas, em vez de promoverem o debate das ideias e a consolidação da identidade e da autoridade. Nesse ambiente onde floresce a “politicagem” (prática desavergonhada, mesquinha e ordinária) e o “fazer política” (atendimento preferencial às conveniências da agremiação) prospera o “crime político organizado” (cometido contra as instituições), corrompendo partidos, representando farsas nas eleições. O valor das
ideias, do caráter, da disposição para o debate e aprendizagem (mudança de
comportamento) deve prosperar nos grêmios, diretórios, sindicatos, associações
e partidos, para restaurarmos a política. Favor repassar para amigos. Grato, Kleber |