Pinturas |
PARABÉNS VITÓRIA Aniversariando Vitória (08/09) aparecem textos sobre a
fundação da nossa capital. Alguns ingênuos, outros a serviço da segregação,
afirmam que nossa capital foi transferida de Vila Velha após “vitória
definitiva” sobre os nativos e a ilha escolhida, por oferecer “muralha de
água”. Discutem até hoje a data, só oficializada em 1951, no 4º
centenário. Não informam onde a suposta batalha aconteceu, líderes, heróis,
mortos, documentos ou qualquer dado objetivo. Sabemos tudo sobre Maria Ortiz
que, pouco depois (1625) enfrentou piratas holandeses, com água fervendo. Os
ingênuos erram, levados por historiadores e mestres conservadores. Contestamos
aqueles, que a serviço de uma ideologia criam versões estranhas à nossa
tradição, falando em ódio e extermínio, tentando obter a linhagem puro sangue
que idealizam ou copiando a história de outro país. Desde Darwin sabemos da evolução: mudanças no ambiente
selecionam, quem não se adapta desaparece; variedade de indivíduos numa
espécie, é fruto de cruzamentos, raramente de mutações; troca genética, é
estratégia eficiente para sobrevivência das espécies. Observe, por exemplo, as
flores dos hibiscos (graxa simples) ou da sumaúma (paineira) comuns no ES. O
órgão masculino (androceu) fica abaixo do feminino (gineceu) possibilitando, ao
descendente, herdar características de duas flores. Na autofecundação, o
indivíduo se repete como um clone, não há evolução. A transferência da capital da Vila do Espirito Santo (Vila
Velha) para Vitória, foi devido a alguns fatores: Vila Velha, não dispunha de
água, as fontes eram minguadas (Moreno e Inhoá) e os riachos sem queda,
salgados na maré alta; o solo, areal impróprio para agricultura; localização,
exposta a piratas ingleses, franceses e holandeses. Vitória, tinha água boa e
farta; terra fértil; localização estratégica com o canal guarnecido. A transferência ocorreu à revelia do donatário que estava em
Lisboa. Patrocinada por Duarte Lemos, seu desafeto, capitão mor de Porto
Seguro, proprietário da Ilha de Santo Antônio (Vitória) e aliado dos jesuítas
cujo superior, bispo Sardinha, havia destratado Vasco Coutinho em Porto Seguro.
A “muralha de água” nunca existiu para índios bons nadadores e exímios
canoeiros. Em Vila Velha, 1566, eles foram engajados por Anchieta, para a
batalha naval na Ilha de Villegaignon, baia de Guanabara, onde Araribóia salvou
o 1º governador do Rio de Janeiro, nadando 5 Km. com ele nas costas. Todos os
fortes foram construídos voltados para o mar visando inimigos reais, os piratas
e os índios foram aliados constantes dos capixabas na defesa de Vitória. A boca
do mato era vigiada por índios pedestres e os primeiros colonos vieram do Rio,
em 4 caravelas, a tribo de Maracaiaguaçu. Nossa história é diferente, rica em exemplos de colaboração
e entrosamento, entre nativos e colonizadores. Porque inventar uma batalha
manchando com purpura a aquarela capixaba, suave, rica em cores e amores? Anglo-saxões
quase extinguiram os bretões, antigos habitantes da Inglaterra; japoneses, os
ainus; espanhóis, os guanchos de Tenerife; árabes, os felás, ... No Brasil
enriquecemos o patrimônio genético europeu e africano nos misturando com os
índios. Hoje somos brasileiros, muitos como eu, têm um pé na taba. Aqui índio
fica na reserva se quiser ou enquanto cobaia de antropólogos. Durante a
colonização alguns foram levados para Europa, Montaigne fala de uma tribo
inteira num festival em Paris, séc.XVI. A mata ainda era virgem mas, encerrado
o programa, pediram para ficar, nenhum índio quis voltar para a mata. A festa de NS da Vitória, que deu início ao marianismo
católico, criada por Pio V (1504-1572) é boa pista da origem do nome da nossa
capital. A “vitória definitiva” foi longe daqui, em Lepanto, conteve o avanço
turco na Europa. Ateliê Galvêas Rua: Antenor Pinto Carneiro, 66 - Centro Histórico da Barra do Jucu - Vila Velha - Espírito Santo - Brasil - Cep.:29125-120. Tel. (27) 3244-7115. e-mail: ateliegalveas@gmail.com site - www.galveas.com HORÄRIO: Todos os dias das 9 às 18 horas. |