Pinturas |
O
ARTISTA E A POLÍTICA Testemunhas,
sobreviventes do naufrágio, afirmaram e filmes nos mostram, que enquanto o
Titanic afundava os músicos da orquestra de bordo tocavam uma bela canção, para
acalmar os passageiros indignados e os que embarcavam nos parcos escaleres
disponíveis. Artistas são pessoas
públicas que, em suas trincheiras, estão sempre atentas, atuantes, se
comunicando, fazendo arte: criando e mostrando suas obras concretas ou
abstratas para sensibilizar pessoas; procurando colaborar e, algumas vezes,
criticar as ações políticas que interferem em nossas vidas. Artistas fazem,
para humanos, o caminho mais amplo, a caminhada mais suave e o espírito mais
reflexivo. Ele contempla, cria e comunica, jamais impõe as suas vontades. Na hora em que o
artista se atrela a um partido, abre mão do seu posto, da ética profissional própria
do seu status, da sua independência e da credibilidade de seus
propósitos. Torna-se um ser com identidade híbrida, de difícil reconhecimento
na organização interna da sua comunidade. Em todas as culturas e
em todos os tempos, o artista sempre esteve na vanguarda da luta pela liberdade
de pensamento, de expressão e de trânsito do cidadão. Só assim a arte floresce. Na véspera de uma
eleição, ele está tranquilo, sabe que sempre ajudou a limpar e a sinalizar a
estrada que o eleitor trilha no cotidiano, até o dia em que coloca o voto
na urna, voto que só o eleitor avalia e conhece, pois ele o concebeu. Esse
produto da sua vivência, artistas, religiosos, esportistas, jornalistas,
lideranças diversas e oportunistas tentaram influenciar. Para alguns artistas o seu “palanque” é a música,
para outros é a caneta ou o pincel... “Cada macaco no seu galho”. Em maio,
quando da edição 22 do projeto A Vale, A Vaca e a Pena https://www.galveas.com/a_vale_a_vaca_e_a_pena.htm que
combate a poluição atmosférica no Espírito Santo, lembramos que o seu voto
precisa ser limpo. As
Catilinárias (discursos) de Cícero consolidaram a República Romana; as peças
teatrais de Shakespeare fustigaram o autoritarismo, e a tela Guernica, de
Picasso, fez mais pela democracia, do que as dezenas de intelectuais que
pegaram em armas contra Franco na Espanha. “E la nave va”, de
acordo com a vontade da maioria. Abraço, Kleber
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