Pinturas |
MARIPOSAS NO
PSDB? É vergonhoso o panorama político em minha terra:
partidos com donos, oportunistas, imediatistas e sem ideologia; dirigentes
laranjas, sem identidade e desinteressados em nossa vocação; políticos
equilibristas saltando de uma sigla para outra, buscando “se arrumar”...
Vivemos uma permanente campanha eleitoral onde a maioria dos políticos
profissionais parece buscar um emprego e alguns são marionetes. Na última
eleição não houve debate! Monótona, dormimos no ponto e deixamos o crime político
organizado prosperar. Com tudo dominado, após seduzir quase todos os
partidos políticos, corromper outros com cargos, financiar determinadas
campanhas, o governo acha indispensável pressionar prefeitos que dependem da
liberação de recursos. Nesta terra, semelhante ao “Reino de Copas”, em “Alice
no País das Maravilhas”, onde o símbolo é o coração, mas cabeças rolam com
facilidade, a Imperatriz está cercada por políticos engrossadores de todos os
matizes, empresários, líderes de corporações, sindicalistas, intelectuais,
jornalistas, artistas e religiosos. Só a ingenuidade das crianças conseguirá,
como na parábola de Andersen, apontar a nudez do rei? Onde estão seus pais? Na
democracia os acomodados que se recusam a subir em tamborete ou em ombro amigo,
para ver mais longe e melhor, são responsáveis pelo céu carregado que se desenha
no horizonte. O Estado, empresas e a política, nascidos da
sociedade, não podem sobrepor-se a ela e ignorar a sua vocação. Empresas devem
ser incentivadas como propulsoras do progresso (com regras claras, estáveis,
livres de entraves burocráticos e chicanas, que propiciam barganhas eleitoreiras),
para desenvolverem suas funções com lucro e responsabilidade social. Um
ambiente próspero e saudável é do interesse de todos. Na política, a ética
precisa ser resgatada; e o governo, recuperar a autoridade. A liderança com base na autoridade (adquirida pela
competência, dedicação e disposição para servir) deu lugar ao poder, que
diferente da autoridade, pode ser tomado ou comprado; conquistado pelo engodo,
demagogia ou pela força. A história mostra que isso nunca deu certo. Tal como o
vistoso ídolo de pés de barro que desmoronou, carece de base consistente
(ética) para sua sustentação. A indigência moral de vários candidatos, nesta eleição,
aparece na patética imagem que procuram construir deles mesmos, insistindo no
culto à personalidade do chefe. O valor das ideias, do caráter, da disposição
para o debate e aprendizagem, desapareceu. O comportamento dos políticos capixabas de hoje me lembra
as extintas mariposas da Barra do Jucu. Quando aqui chegou a luz elétrica, elas
ficavam a noite inteira girando próximo das lâmpadas. As que chegavam muito
perto queimavam as asas e caiam. As outras, em entrega total ao brilho alheio,
se descuidavam da própria vida. Circulando a exaustão em torno do foco
artificial, amanheciam estropiadas, espalhadas pelo chão. Kleber
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