Pinturas |
LIVRO E ARTE (resumido) Escrever e publicar livros usando o computador ficou mais fácil, rápido
e barato. Desde que, na frente dessa máquina fantástica, esteja alguém com uma
boa ideia, capaz de ajustar peças do “quebra-cabeça” que é a língua portuguesa,
considerada pelos aprendizes, como eu, por exemplo, como eficiente, mas muito
difícil. A
língua portuguesa é bela, mas muito difícil de conquistar. Muitas vezes
a palavra certa parece estar escondida e há tantas opções na grafia (s, z, ss,
ç, x) que ficamos inibidos ao utilizá-la. O livro chega fácil às nossas mãos.
Custo, feiras, sebos e apoio da mídia facilitam sua aquisição. Difícil é
superar os inúmeros obstáculos da vida moderna e conquistar o nosso interesse
num oceano de opções e “pílulas douradas” da propaganda comercial onipresente. Nadando contra a correnteza, na
“corredeira” atribulada da vida atual, conseguindo interessar e sensibilizar
leitores ocorre a transcendência de simples objeto (o livro) para a obra de
Arte, o que só acontece quando o leitor é sensibilizado. Essa mutação é
aspiração do escritor e de todo artista, que aguarda ansioso por opiniões
(feedback). Não por insegurança na realização do seu projeto, mas para
verificar se obteve sucesso quanto ao tempo e ao espaço, isto é, quando e onde
mostrar seu trabalho: únicas possibilidades de erro do autor se a sua obra o
satisfez. Escritores, pintores, bailarinos, músicos... e pretensos artistas,
sabem muito bem que não existe arte sem público. Tipos (caracteres) móveis, fotolitos,
ofsete, computador, tintas modernas, goivas e buris de materiais resistentes,
playback, iluminação computadorizada, câmeras digitais, etc. tornaram a
realização do livro e das diferentes obras de arte cada vez mais rápida, barata
e fácil de executar. Entretanto, para fazermos arte, é indispensável a
interação da obra com o público, e isso se tornou cada vez mais difícil. Assim,
muitos artistas não se realizam, não conseguem alcançar o público. Alguns obtêm
reconhecimento, quando já não produzem, outros só após a morte. Problema que
historicamente transcende ao esforço dos artistas e, hoje, mais do que nunca,
exige a cooperação de todos para sua solução. Kleber Galvêas – pintor. Tel.: 3244
7115 ateliegalveas@gmail.com https://www.galveas.com janeiro/2006 |