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JUSCELINO UM ESTADISTA RESPEITADO
Um boato capixaba sobre a paternidade de Juscelino resiste há gerações. Se
houver interesse, a ciência poderá esclarecer definitivamente o assunto, mas
ignoro se isso terá utilidade.
Sempre gostei muito de conversar com pessoas bem mais velhas do que eu. Ouvia
atentamente as histórias do meu bisavô e dos meus avós e de amigos idosos que
tive em Dores do Rio Preto, São Mateus e Vila Velha. Um desses últimos, filho
do primeiro juiz de Anchieta, certa vez me contou “à boca pequena” que
Juscelino Kubitschek era filho de capixaba, nascido em Anchieta, neto de D.
Maria Mattos.
Não me interessei por esse assunto até o dia em que a Rede Globo levou ao ar a
história do nosso notável presidente. Na série, Juscelino é apresentado como
filho do caixeiro viajante José Gomes de Oliveira e de Júlia Kubitschek,
professora. Juscelino perdeu o pai quando tinha 3 anos, e sua mãe criou-o
com dificuldade, a ele e à irmã. Entretanto, muito estudioso e com sólida
formação primária em seminário, formou-se em medicina em BH, fez especialização
em Paris e estágio em hospital na Alemanha.
Maria Mattos de Oliveira (anexo sua foto com os 2 filhos) empresta seu nome ao
famoso Colégio Maria Mattos, em Anchieta. Nessa cidade nasceram seus filhos:
Helvécio Gomes de Oliveira, arcebispo de Mariana; Dom Emmanuel Gomes de
Oliveira, arcebispo de Goiás.
Contavam os antigos moradores de Anchieta que o verdadeiro pai de Juscelino era
Dom Helvécio. Esse boato atravessa gerações, dada a importância do notável
presidente, que “alargou” o Brasil criando Brasília, e a duvidosa distinção que
isso confere à cidade de Anchieta.
Os restos mortais de Dom Helvécio (1876/1960) estão, desde 1960, sepultados na
cripta da Catedral de Mariana. Se, por algum motivo, houver interesse em acabar
com esse boato, que ganhou força dada a grande semelhança dos dois homens,
basta fazer o exame de paternidade.
D. Pedro II, no diário, em que conta sua visita ao Espírito Santo, registra ter
informações de vários sacerdotes que possuíam prole. Na Igreja Ortodoxa, o
celibato não é obrigatório, nem na Reforma de Lutero. No Catolicismo Latino, o
celibato só foi imposto pelo Concílio de Trento (1545/1563). Ainda hoje, muitos
padres católicos divergem da imposição desse Concílio.
O apóstolo Paulo, em Coríntios 7 (versículos 7-9), ensina: “... Mas, se eles
não podem exercer autocontrole, devem casar. Por isso é melhor casar do que
queimar com paixão.”
Kleber Galvêas, pintor. Tel. (27) 3244 7115 ateliegalveas@gmail.com
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