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GOVERNO, ARTE, ESPORTE, RELIGIÃO E MÍDIA ou contração cultural

 

As obrigações do governo para com a cultura estão definidas na Constituição: Art. 215 e 216. O dever da mídia é com a notícia. Apoiar à produção cultural é questão de ética, de costume, de moral e de hábito. É ação necessária de cooperação pública e privada, que propicia a construção da identidade de um povo.     

A comunicação de massa em nossas sociedades acontecia preferencialmente nas igrejas. O sermão, cuidadosamente elaborado durante a semana para ser proferido no domingo em condições excelentes, era ouvido com atenção. Inebriada com tanto poder de sedução a igreja desvirtuou. Desprezou a ética, desceu do céu, se armou e tentou conquistar a Terra “a ferro e fogo”. O ápice desta empreitada pode ter sido a Inquisição ou as Cruzadas, e hoje, os Estados Teocráticos.

Fora da igreja a comunicação ganhou vigor com o rádio. Através dele Hitler levou à guerra uma nação aparentemente desenvolvida. Nos países democráticos a comunicação está diluída em diversas fontes, minimizando o risco de monopólio na manipulação da informação.

Jornalistas, geralmente, não recebem formação tão ampla nem se aprofundam nos estudos, como padres e pastores que guiados pela fé em seminários, vão até ao latim. Não ouvem segredos em confissões (incomparável rede de informações dos religiosos), nem dispõem de proteção, transito e hierarquia, que seja equivalente à de algumas igrejas. Devem produzir 2 ou 3 “sermões” por dia, para atender a economistas que controlam os custos dos seus veículos. Seus leitores e ouvintes são desatentos. Entretanto, ninguém duvida da força do jornalismo. Para alguns é o primeiro poder, para outros o quarto, com capacidade de interferir em todos. No ES é oportuno, que a mídia cultural recupere seu espaço. Nós temos muito para dizer e mostrar a nós mesmos e aos “novos capixabas”. Queremos saber onde estamos.


Há pouco tempo, embora a produção cultural local fosse pequena, existiam suplementos culturais robustos no rádio, TV e jornais. Nenhuma editoria perdeu tanto espaço nos últimos 30 anos quanto a de cultura. Aplaudimos o crescimento da área esportiva que revela repórteres criativos. Nos últimos anos a religião tem mostrado competência para crescer dentro desses veículos. Por que a editoria de cultura definha, justamente quando a base se expande e na fase decisiva da globalização?

Tínhamos apenas 3 galerias no ES, hoje são mais de 100; lançamentos

de discos e livros eram raros, hoje se sucedem; o teatro Carlos Gomes estava alugado para cinema, hoje concorre com uma dezena de palcos; shows musicais e escolas de samba, no passado, só importados; um filme curta metragem, era ímpar; o congo ainda estava no gueto; vídeos, não existiam; artesanato, apenas panelas de barro e conchas;...

O comunicador atento às realizações culturais populares e eruditas deve ter critério próprio para julgar, sob a ótica do interesse público, e divulgar o que achar relevante. Não se render a paradigmas, ser livre e oportuno.

Cultura é o que move o indivíduo para além da indiferença. Na globalização os diferentes se somam, os iguais pouco acrescentam e benefícios são proporcionais à contribuição. A cooperação entre os diversos segmentos sociais é fundamental para criar ambiente cultural próspero e firmar a nossa identidade.

 

Kleber Galvêas – pintor. Tel. (27) 3244-7115.

atelie@galveas.com   www.galveas.com


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