Tenho o prazer de informar que no dia 14 de novembro (sábado), às 20 horas, no Ateliê da Barra do Jucu,
acontece a abertura festiva da
minha exposição: 30 telas abstratas. (Obs. A
exposição já está montada e pode ser visitada). Também mostraremos 6 telas de mestres
da abstração, já
falecidos, que influenciaram a minha formação: Robert Newman, Homero Massena,
Peniche Galveias e Manoel Cargaleiro.
A abertura festiva contará com a apresentação da viola
caipira de Elias Littig e do violão MPB de Augusto Galvêas, das 22 às
24 horas,
no dia 14 de novembro. Se você julgar interessante, favor repassar este convite para
os amigos. Não existe arte sem público.
Atenciosamente, Kleber Galvêas.
SERVIÇO:
EXPOSIÇÃO: 36 telas abstratas - TÉCNICA: mista (óleo, acrílico, PVA, resina, massa plástica, guache, lápis- cera, serigrafia)
ABERTURA: dia 14 de novembro (sábado), 2015 - HORÁRIO ESPECIAL DA ABERTURA: das 20 às 24 horas.
PERÍODO DA EXPOSIÇÃO: 14 de novembro a 14 de março - HORÁRIO NORMAL: todos os dias das 9 às 18 horas.
LOCAL: Ateliê Kleber Galvêas – Rua. Antenor P. Cardoso, 66.
Barra do Jucu, Vila Velha, ES, Brasil. CEP 29 125 120. TEL. (27) 3244 7115.
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MEUS MESTRES DO ABSTRATO |
Homero Massena - "Abstração I" |
Homero Massena - "Madame Quintanilha e Caruzo" (expressionismo) |
Peniche Galveias - "Abstração" (tachismo) |
Peniche Galveias - "Abstração" (grafismo)
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Manuel Cargaleiro - "Abstrato" (lírico) |
Manuel Cargaleiro - "Abstrato" (lírico) |
Robert Newman - "Abstração" (informal) |
A HORA E VEZ DO ABSTRATO?
Em Vila Velha existia apenas um caminho estreito asfaltado na década de 50. Ele cortava a cidade, onde hoje estão
localizadas as avenidas Jerônimo Monteiro, Champagnat, Gil Velloso, e seguia até ao Farol Santa Luzia.
Na década de 60, esse caminho foi coberto com nova camada de asfalto, de péssima qualidade. Poças de betume
se
formavam em sua superfície nos dias quentes, sujando
automóveis e pessoas. Quando voltávamos a pé da
Praia da
Costa, ao tomar banho de chuveiro, o box do banheiro ficava carimbado
com pegadas, de difícil remoção.
Assim, tive a ideia de usar esse betume, dissolvido com querosene, para pintar meus quadros.
Instruído
por minha mãe, ex-aluna de pintura da Irmã Teresa, na
Escola do Carmo, Vitória; incentivado pelo vizinho
Homero Massena, e por amigos, levei telas pintadas com betume e fui aceito no Primeiro Salão Nacional de
Artes Plásticas do Espírito Santo. Salão organizado por Robert Newman, fundador do Museu de Arte Moderna
do Espírito Santo (1965/70).
Em 1964
visitei várias vezes, em Vitória, a
exposição coletiva promovida por professores da Faculdade
de
Belas Artes. Fiquei entusiasmado com a Arte Moderna dos Capixabas: Rafael Samú, Carlos Chenier,
Marien Calixte, Xerxes Gusmão, Ana Maria Nicoletti... Pintores abstratos, cujas telas dessa mostra eu não
esqueci, 50 anos depois.
Empolgado com a novidade, em formação, aos dezessete anos, discuti muito com o Mestre Massena sobre
essa mostra em Vitória. Ele, generoso e muito paciente pintou algumas telas expressionistas e abstratas,
para esclarecer sua opinião. O técnico de futebol Jorginho Namorador, quando menino, me entregou certa
manhã,
a pedido do Massena, uma carta e uma tela
(“Abstração I”), que conservo. Na carta
puxava as orelhas
do discípulo rebelde.
A
participação bem-sucedida no Salão do MAM capixaba
me encorajou a pintar painéis, fazer o projeto do Salão
Nobre e dos stands para o XIII Congresso Brasileiro de Anestesiologia, que aconteceu no Clube Siribeira,
em Guarapari (1966). Com a grana expressiva obtida nesse trabalho, embarquei para a Europa no ano seguinte,
de carona em cargueiro do Lloyd Brasileiro. Em Portugal fui hóspede do pintor abstrato (tachista) Peniche Galveias,
amigo do pintor Manoel Cargaleiro (abstrato lírico). Fiz gravuras na Sociedade Nacional dos Gravadores Portugueses
e viagens de estudos aos museus da Inglaterra, Holanda, França, Espanha e Portugal,
Quando voltei (1969), percebi a dificuldade financeira do Massena. Pretendendo constituir família, durante dez anos
tentei
fugir da pintura. Passei pela Medicina, Economia, Publicidade,
Magistério; fui empresário e assessor politico.
Em 1974 casei e vim morar na Barra do Jucu. Retomei os pincéis para não mais deixá-los. De inicio, quis
registrar a minha impressão sobre a transformação acelerada do nosso ambiente. Fui impressionista
A
década de 80 foi dedicada a exposições em
Vitória, no interior do Espírito Santo, em
Brasília, nas capitais de outros
estados e no exterior. Fui expressionista.
Na
década seguinte, realizei no ateliê da Prainha (1979
– 1999), performances, happenings, instalações e
exposições
de
vários colegas. Em 1997 pintei uma coleção
abstrata, para a inauguração da galeria da UVV. Esse ano
ficou marcado
pelo início do projeto A Vale, a Vaca e a Pena, que desenvolvo há 20 anos.
Na passagem do milênio, trouxe o ateliê para perto de casa, na Barra do Jucu. Inaugurei o novo espaço com uma
coleção
abstrata, que sugeria a vertigem de Alice, que, ao cair no buraco,
quando corria atrás do coelho das
horas, chegou ao País das Maravilhas: a “Era da Incerteza”.
Toda essa
história é para me sentir pronto e com segurança
convidar o público para ver uma nova coleção
abstrata
pintada nos últimos dois anos.
Nunca erramos ao produzir as nossas obras, se elas nos satisfazem, mas erramos muito ao escolher quando e onde
mostrá-las. Será a hora e vez do abstrato, aqui na Barra do Jucu? Vamos ver.
Kleber Galvêas, pintor.
Tel. (27) 3244 7115 www.galveas.com outubro,
2015.
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Kleber Galvêas por Homero Massena - A Gazeta, 18 de setembro de 1966.
Homero Massena e Kleber Galvêas na Barra do Jucu, Pedrinho's Bar, 1972 - Foto: Edy Massena.
Entre
os artistas que compareceram ao primeiro “salão” de
arte moderna, em nossa terra, foi incontestavelmente Kleber
Galvêas
um dos que mais se destacou.
Seu quadro “pescador” está entre os quadros de maior
valia que expôs. Foi adquirido por um americano que o transportou
para Washington, onde reside.
Temos assistido o desenvolvimento artístico quase genial do
jovem capixaba. Verdadeira revelação na arte
contemporânea. Espontâneo criador de um estilo muito
pessoal, não tem a preocupação de imitar ou
inspirar-se em obras de outros artistas da escola que adotou;
não decalca espiritualmente o já pintado pelos grandes
mestres, não pajeia como alguns que nos aparecem retumbando os
guizos de seus feitos revelando mediocridade. Valendo-se da liberdade
concedida ao abstracionismo ao cubismo e a outras modalidades da arte
contemporânea, apresentam verdadeiras aberrações
confundindo o público sobre o que há de verdadeiro e
valoroso na nobre arte que imortalizou Picasso, Albert Moret, Marquinni
e , entre nós o saudoso Portinari que dignificou a cultura
artística no Brasil, legando a gloria do seu nome à terra
de seu beco.
Estamos certos que Kleber Galvêas em futuro próximo
será uma glória nacional dado o seu amor ao trabalho e
novas criações. Pena foi o não ter exposto algumas
de suas telas que reputamos de grande valor, e que enchem o seu
ateliê.
Além do mais, excelente alma de verdadeiro artista, modesto,
aceita com acatamento a crítica que nós, os
profissionais, mais velhos, por vezes tomamos a liberdade de
apresentar-lhe.
É com a maior satisfação que traçamos essas
linhas com a finalidade de incentivar o novel artista e de desejar que
continue com o mesmo valor, a mesma fé no destino glorioso que
espera.
Aos que nos lêem, considerarão certamente estranho o nosso
entusiasmo por uma arte oposta ao nosso estilo e por vezes maltratado,
não pelos verdadeiros artistas, mas por aventureiros que invadem
como bárbaros, o sagrado pais das artes.
A próxima exposição pessoal que fará Kleber
Galvêas, será apreciada pelos nossos conterrâneos
momento em que verificarão a verdade do que aqui afirmamos.
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