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VOCAÇÃO
E
POLÍTICA A
proposição inicial da filosofia é o
autoconhecimento.
Fundamental para revelar a identidade. Consciente da identidade e
afinidades, o
homem encontrará a sua vocação, que
determinará a postura social e política
mais apropriada para sua vida. Se
negligenciarmos a vocação como princípio, nossas
ações
dificilmente nos trará satisfação e sucesso.
Essa negligência exigirá
sempre sacrifícios e causará frustração Da
mesma forma que o indivíduo, as cidades, estados, países
e o
mundo se esforçam para identificar suas vocações
e, assim, possibilitar um
desenvolvimento harmônico, e não apenas crescimento. Ninguém
sabe dizer “de onde veio”, num passado remoto.
Investigações feitas na terra, mar e ar; ciências
físicas e humanas estudadas
têm-nos ajudado a compreender “onde estamos”. A
questão agora é “para onde
vamos”? O futuro se constrói pelas escolhas que fazemos.
Portanto é preciso que
a vocação seja considerada a priori em
nossas ações, para
seguirmos com aptidões naturais, desenvolvendo habilidades
adquiridas, e assim
construirmos uma realidade progressista sustentável, individual
e coletiva. O
pior governo é o que despreza a vocação do lugar e
do
seu povo, criando um “ismo” (ideologia particular)
unânime entre aqueles que
gravitam no poder. Sem ética esse governo tem os
pés de barro, como os do
ídolo bíblico e logo desmoronará. A
História tem muitos exemplos desses
aventureiros. Adão
comeu a maçã da “árvore do bem e do
mal”. Herdamos o
pensamento reflexivo, a capacidade de avaliar e de escolher com
livre
arbítrio: de eleger. Fora do paraíso, desenvolvemos a
linguagem e, com ela, a
possibilidade de realizar associações políticas e
grandes ações em conjunto.
Com limitado controle do ambiente, mas dominando no reino animal,
assumimos a
gerência do progresso. Para o bem e para o mal. A
força de um grupo só se fará efetiva para o
desenvolvimento se
houver liderança que identifique o ambiente e coordene as
aptidões dos
indivíduos, para que somem esforços num mesmo sentido.
Cientistas,
artistas, políticos, jornalistas, sociólogos,
psicólogos, folcloristas,
jesuítas e até visitantes estrangeiros já listaram
as características que
compõem a identidade capixaba, propícia para a
vocação extraordinária que temos
relativamente ao primeiro e terceiro setor da Economia: agricultura e
serviços. A
faixa mais nobre do nosso litoral, que vai da foz do Rio Doce
até Marataízes, tem vocação para moradia,
turismo, esporte, lazer, pesca,
fazendas de frutos do mar e alguns poucos portos. Não deve ser
ocupada por
gigantes do segundo setor (indústrias). Ali, inviabilizam as
nossas atividades
vocacionais, pois têm trazido: poluição,
violência, falência da mobilidade e
dos serviços públicos, ocupação
imprópria e desordenada do solo. Indústrias são
necessárias. Bem localizadas e orientadas trazem o progresso,
mas hoje é a
preponderância do terceiro setor que caracteriza economias
desenvolvidas. Nas
eleições que se aproximam devemos estar atentos aos
candidatos: - suspeitos de corrupção cujos processos
não andam, mesmo
estando eles fora do governo; - os que já governaram e se
mostraram
despreparados para lidar com a nossa vocação; -
subvencionados pelas grandes
empresas que se recusaram a agir, ignorando o interesse social e mesmo
a
utilidade pública; - déspotas medíocres que tomam
atitudes imperiais nos
desprezando e descaracterizando, matando nossa vocação. Esses
políticos precisam ser banidos pelo voto, para que os
partidos se ajustem à democracia, apresentando candidatos
escolhidos
democraticamente, dispostos a promover o progresso servindo, e
não sacrificando
a nossa vocação. Kleber
Galvêas, pintor.
Tel. (27) 3244 7115) WWW.galveas.com julho,
2014.
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