Pinturas |
25/02/2013,
A Tribuna. TRANSITAR
É PRECISO – Lei Seca A
maioria dos cidadãos parados em
blitz e constrangidos, nessa demonstração de força
de um segmento da policia,
ao final do ritual recebe parabéns por estar em ordem. Essa lei
que incomoda a
todos e pune poucos irresponsáveis tem a relação
custo benefício
desequilibrada, o que a torna desinteressante. A
blitz deve ser excepcional,
motivada por uma situação transitória muito
especial, de interesse social
relevante e urgente. Não deve ser banalizada. A
lei autoritária de tolerância zero
ao álcool é cortina de fumaça para as
deficiências do governo, e tem se
mostrado mais eficaz em combater o álcool do que as mazelas do
trânsito. As
principais causas de acidentes e mortes continuam a ser: falta de
educação, de
cortesia, de gentileza; péssimas estradas e má
sinalização; formação
deficiente, ansiedade, desequilíbrio, irresponsabilidade e
esgotamento físico
de motoristas; procedimentos como fumar, usar o celular e
distração com
equipamentos e passageiros; estado de conservação do
auto, principalmente
pneus, sinalização luminosa e freio; fenômenos
meteorológicos; agressões,
armadilhas e falsas blitze de bandidos travestidos de policiais, ou de
policiais agindo como bandidos. Estatística,
após legislação draconiana
que retirou milhares de motoristas das estradas, fez milhões
dirigirem sóbrios
e outros tantos tomarem o volante com atenção redobrada,
acusou redução de
10% no número de acidentes e mortes no transito em 2012.
Em dois Estados
houve aumento desse índice. Pequeno,
grande, devagar quase
parando, ou rápido, conduzido por um incompetente, o carro
é uma arma letal.
Não podemos admitir que alguém possa dirigir com
atenção e reflexos
prejudicados por qualquer circunstância. Existe
um equipamento, mais simples
do que o bafômetro, para avaliar integralmente se o condutor
está apto. Seja
sua limitação por embriaguês, ou por outro motivo
qualquer: indisposição
passageira; uso de drogas, inclusive as farmacêuticas; estado
emocional;
deficiência física não compensada; etc. O aparelho
de teste registra
incapacidade por razões diversas, inclusive aquelas imunes ao
bafômetro. O
teste consiste em conduzir com
volante, à distância, um lápis por entre duas
linhas, representando estrada
sinalizada que faz curvas e tem obstáculos. Se o
indivíduo consegue chegar ao
final do percurso sem cometer infrações é
considerado apto para dirigir. Mesmo
tendo tomado socialmente uns goles, que comprovadamente não
prejudicaram sua
atenção e reflexos. A
fiscalização dispõe de aparelho
que, lendo a chapa do carro, fornece instantaneamente um
histórico do veículo e
do proprietário. Se há pendências,
irregularidades, antecedentes
criminais, infração às leis e normas do
trânsito, ou qualquer restrição,
sabe-se na hora. Nesse caso, ou no caso de o condutor cometer qualquer
erro ao
dirigir, esse veículo poderá ser parado. Entretanto,
um carro em ordem,
conduzido por motorista com licença, respeitando todas as regras
e sinalizações
das vias públicas, não deveria em tempos normais ser
submetido a verificações
rotineiras. Os princípios constitucionais do ir e vir, da
propriedade privada e
da privacidade, conquistas inalienáveis do cidadão
moderno que tem compromissos
com horários e responsabilidade social, ficam arranhados. A
estratégia para melhorar o transito
é: em primeiro lugar, autocrítica do governo; em seguida,
respeito ao cidadão;
educação; tolerância zero para
infrações e penas imediatas e severas para
transgressores. Kleber
Galvêas, pintor. Tel. (27)
3244 7115 www.galveas.com |