Pinturas
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O PARADIGMA
JOAQUIM NO JN No Jornal Nacional, a parceria do Bonella com o Bonner contando,
a saga do Sr. Joaquim (pedreiro/ciclista/advogado) tocou, como exemplo
edificante, muitos brasileiros. Essa história não é exceção, conhecemos casos
semelhantes nas nossas famílias, na vizinhança, mostrados em jornais e em
outros canais de TV. O Brasil é uma terra de oportunidades. Há poucos dias entrou no meu ateliê um casal elegante. Primeiro
mostrei as três salas da ala sul que estavam com pequenas telas de flores
conceituais. Depois atravessamos a varanda para entrar na ala norte, onde
havia telas com paisagens. O homem, por volta de 60 anos, parou na porta e
disse: “Estou emocionado.” Eu, julgando ser uma das minhas telas grandes a
causa da emoção revelada, me precipitei agradecendo. Entretanto, apontando o
chão, o visitante continuou: “Você sabe quem colocou este piso?” Confuso,
respondi citando o nome da empresa onde fiz a compra, há cerca de 40 anos. Ele
então esclareceu a razão da pergunta estranha e da sua visível emoção:
“Fui eu! Como era bom funcionário, passei a vendedor. Mais descansado, pude
estudar Direito e fui aprovado em concurso para juiz. Trabalhei em várias
comarcas e hoje, aposentado, comprei uma chácara no interior da Barra do Jucu.
Nós estamos construindo uma casa para morar, viemos aqui pensando na decoração,
e essa surpresa...." Conheço também a história de um menino, que tinha nove irmãos,
filhos da viúva de um dentista. Ele, aos 10 anos, vendia mariola em frente ao
cinema de Itaperuna. Não descuidou da escola. Após servir no “Tiro de Guerra”,
em Campos, fez concurso para o BB, estudou contabilidade e advocacia no Rio.
Bolsista no México e Yale (EUA), especializou-se em Economia. Presidiu o
Banco Central em dois períodos e foi nosso Ministro da Fazenda por cinco anos. |
Volto a afirmar que essas histórias, felizmente, não são raras
no Brasil. Conheço muitos self made
men por aqui, brasileiros que se esforçaram e conseguiram prosperar. O
primeiro passo que deram foi identificar as suas vocações. O que ainda não
aconteceu com o Espírito Santo, nem com o Brasil |