Um dos brasileiros que teve maior poder em suas mãos foi Castelo Branco.
O marechal era, fisicamente, autêntico potiguar: tribo nordestina que
se expandiu muito após a chegada dos portugueses. O brasileiro Cândido
Rondon, de reputação internacional ilibada “Morrer se preciso
for; matar, nunca”, nasceu em Mato Grosso e foi o primeiro diretor do
Serviço de Proteção aos Índios. Sua fisionomia
lembrava índios do Brasil Central.
Quase todos os capixabas descendentes de europeus e africanos, tem algum sangue
Tupi ou Tapuia. O Dicionário Estatístico de César Augusto
Marques (1878) mostra nosso Estado já miscigenado. O número de
pardos e caboclos supera em todas as cidades e vilas, o de brancos e pretos.
A primeira leva de imigrantes que aqui chegou, em quatro caravelas, foi de
temiminós, assentados na Serra. Isso aconteceu enquanto no Concílio
de Trento (1545-1563) se discutia se o índio tinha alma.
A maior “batalha” ocorrida entre índios e colonizadores,
no Espírito Santo, foi no Cricaré (1558). Após a queda
das duas primeiras paliçadas, NOVE homens liderados por Fernão
de Sá, investiram contra a terceira, sendo mortos.
O primeiro Donatário desta Capitania chegou em 1535, com 60 companheiros.
Tocou a campainha (tiros de canhão) e tomou posse desta terra quase
desabitada. A capital foi transferida para a ilha de Vitória devido à água,
solo e principalmente para a defenderem dos piratas europeus. Todos os fortes
foram construídos voltados para o mar.
Nossa história rica em cores e amores é muito diferente da norte
americana. Lá, no séc.XIX, reelegeram presidente “Faca
Longa” ou Andrew Jackson (1829-1837) que desrespeitou a Corte Suprema,
eliminando índios para favorecer colonos. O civilizado procedeu como
selvagem. Os iroqueses encontrados em Nova York, quando Colombo chegou, ocupavam
a área há 100 anos. Originários do oeste do Mississippi,
só desalojaram as tribos vencidas (1651) que se recusaram a participar
da confederação iroquesa, com direitos iguais. O selvagem procedeu
como civilizado.
A espécie homo sapiens sapiens, ao encontrar a homo sapiens (neandertal)
parece tê-la eliminado sem que houvesse intercurso sexual. O mesmo investiga-se
com relação aos índios quando chegaram à América,
há 10 mil anos, e encontraram povos primitivos que circulavam aqui,
há mais de 20 mil anos.
Mandar homens à lua é questão objetiva, basta o capital.
Promover integração racial ou religiosa é questão
de educação, portanto, mudança de comportamento, problema
de foro íntimo. Muito mais difícil. O fracasso americano, nessa área,
determinou a criação das reservas indígenas.
Quem visita uma dessas reservas observa índios chegando em carros, trocando
a calça jeans e a camisa xadrez por roupas indígenas. Com marcada
expressão do segregado procuram faturar dólares dos turistas
(artesanato, cassino) e afogar mágoas. Entre esses, embriagues, tristeza
(banzo) e suicídio, são freqüentes.
A dificílima vida na mata fez nossos antepassados, australopitecos,
deixarem a floresta há 3 milhões de anos. Índio em reserva,
pelo menos no Brasil (onde se vai do sertão à presidência)
só atende ao interesse de alguns antropólogos que precisam de
cobaias humanas, políticos mal intencionados, agentes entreguistas,
ou a “chefes, caciques, morubixabas, tuxauas” que se fazem permanentes
para demarcar feudos, apostando na segregação e na coroa.
Kleber Galvêas – pintor Tel. 3244 7115 atelie@galveas.com www.galveas.com
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