Pinturas |
ANCHIETA
HUMANISTA No
Brasil, especialmente no litoral que vai de Pernambuco até
São Paulo, Anchieta
é nome comum de homens, academias, escolas, grêmios
estudantis, empresas
diversas, veículos de comunicação, teatros,
bibliotecas, museus, palácios,
estradas, ruas, bairros, cidades... O reconhecimento público do
humanista tem
forma concreta e ampla na sociedade brasileira, muito antes de a Igreja
o
colocar entre santos. Homem
extraordinário, influenciou a formação do nosso
País, e o desenvolvimento de
diversas áreas da cultura nacional. É uma das
personalidades mais brilhantes do
Ocidente no séc. XVI. O pai de
Anchieta pertencia a uma família nobre de Guipuzicoa, que faz
parte da região
dos Bascos. Desavenças com Carlos V levaram-no a emigrar
para Tenerife,
Ilhas Canárias. Lá encontrou uma viúva nativa que
já tinha 2 filhos, com a qual
se consorciou e que veio a ser a mãe de Anchieta. Segundo
antigo pároco alemão de Vila Velha, sua
santificação demoraria a acontecer
porque havia impedimento canônico (legal), em tornar santo
indivíduo nascido de
casamento não realizado na Igreja. Um dos
homens mais cultos do Ocidente no séc. XVI, foi Anchieta
quem pela
primeira vez descreveu cientificamente plantas e animais da
América; a função
da bolsa dos marsupiais; os canais e glândulas de veneno das
serpentes; e
classificou o tapir, ou anta, entre os equinos.
Superdotado, em dois anos, foi feito jesuíta e,
com 19, veio para o Brasil. Dois anos aqui foi o suficiente para
que
escrevesse a primeira gramática da língua Tupi. Autor
teatral, poeta, cronista,
orador brilhante, lecionou e dirigiu colégios que criou na
Bahia, Espírito
Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Colaborou decisivamente
na fundação de
cidades e das capitais de três desses Estados. Chefe de Guerra,
nomeou Tibiriçá
capitão, e, liderando os Goianáses, expulsou para Ubatuba
os Tamoios que os
sitiavam. Diplomata destemido, apresentou-se com as mãos
amarradas (“payé
– guaçú”) e permaneceu como refém dos
Tamoios até conseguir a paz. Foi quando
escreveu extenso poema dedicado a Nossa Senhora. Para
combater Villegagnon, engajou Arariboia e seus bravos na Prainha
de Vila
Velha. Cena pintada por Levino Fanzeres em grande tela, como
contribuição do
Espírito Santo às comemorações do
Centenário da Independência, 1922. (Existente
na Assembleia Legislativa. Veja anexo.) Gozando
de imenso prestígio no
Brasil, que estava ajudando a construir, Anchieta nos influenciou para
que a
relação entre conquistadores e nativos fosse mais humana
e menos ideológica, de
integração e não de segregação, como
ocorreria principalmente na América do
Norte, Venezuela, Uruguai e Argentina. Kleber Galvêas, pintor. Tel. (27) 3244 7115 www.galveas.com abril/2014 |