Pinturas

Atividades

Restauração

Artigos

Biografia

Mestres

História

Contato

Vídeos Curtos

Shopping

English

Documentos

Home

A FORMAÇÃO DO POVO CAPIXABA.
 
Imbicando sua nau rumo ao “Alvo Mestre” do nosso litoral Vasco Fernandes Coutinho chegou à Baía do Espírito Santo,
em 23 de maio de 1535. Aportou na Prainha de Vila Velha; local que, três décadas depois, recebeu o nome de Praia de Arariboia.
Foi daqui que o Herói Nacional partiu para ajudar os portugueses a “expulsar” os franceses, aliados dos Tamoios, da Ilha de
Villegagnon, Baia de Guanabara.

Nossa formação foi semelhante à do Nordeste, onde a maioria da população herdou cabeça grande e pescoço curto dos potiguares.
Tribo que se expandiu muito após a chegada dos portugueses.

O sangue dos nossos índios circula nas nossas veias. É só olharmos um grupo de capixabas, para identificarmos traços dos nossos antepassados nativos. O Dicionário Estatístico de Cesar Augusto Marques (1878) mostra que, naquele tempo, em todos os municípios capixabas, o número de pardos já superava o de brancos e negros somados. Devido a essa fusão étnica e a posição geográfica que
propicia influências do norte e do sul do país, nosso jeito de falar foi escolhido por locutores de rádio e TV e universalizado no Brasil.
Quem insiste em contar a nossa história falando só em conflitos faz adaptações da história de outros lugares da América. Vejamos
alguns fatos:
Arariboia e seus bravos foram requisitados para a “batalha naval” na Guanabara, exatamente porque eram bons nadadores e exímios canoeiros. Salvador Correia de Sá, primeiro governador do Rio de Janeiro, foi salvo a nado por Arariboia, após naufrágio. Portanto,
não faria o menor sentido mudar a capital de Vila Velha para uma ilha contígua ao continente, para se defender dos índios.
As revoltas contra D. Jorge de Menezes e D. Simão Castelo Branco, maus portugueses condenados ao degredo, que aqui chegaram
com o donatário Vasco Coutinho e o substituíram temporariamente, foram comandadas por outro português, Robério Martins. Não foi
uma revolta indígena: eram os primeiros brasileiros enfrentando o desmando do poder estabelecido.

Não existe registro de um importante guerreiro índio local, de herói português ou brasileiro, envolvido em conflitos, nem da localização de campos de batalha, além do distante Cricaré. Nossos fortes foram construídos voltados para o mar. Temíamos franceses, ingleses e holandeses. Desses enfrentamentos, o ato heroico de Maria Ortiz (1625) tem registro detalhado na história. Nossos “quartéis” avançados
no interior eram geralmente guarnecidos por meia dúzia de índios pedestres. Frei Brás Lourenço trouxe do Rio de Janeiro para o Espírito Santo o primeiro contingente expressivo de colonos: não eram europeus, mas índios Temiminós, chefiados por Maracaiaguaçu.

Os livros didáticos de história privilegiam pontuais desavenças e desconsideram as realizações conjuntas. Porque prosseguir na imitação
do exótico, se a nossa história é muito mais interessante?

O Capixaba é fruto de um amor oportuno. Em 1500, viviam aqui índios Tupiniquins espremidos entre os Tapuias: Goitacases, do norte
do Rio de Janeiro, Pataxós do sul da Bahia e Botocudos do interior. As tribos Tapuias eram canibais e muito primitivas, em relação
aos Tupis; que tinham contato com os Guaranis; e estes, com os Incas. Nossos índios vinham sendo literalmente devorados, ao norte,
no sul e a oeste. A esperança de salvação chegou pelo mar. A colonização começou aqui quase em paz e com muitas luas de mel.

O que certamente não vamos encontrar na nossa história, são presidentes como Rosas e Jackson. O primeiro, na Argentina, exterminou índios, empurrando os poucos sobreviventes para a Patagônia. O Brasil (Duque de Caxias) ajudou a expulsá-lo para a Inglaterra, onde morreu. O segundo, chamado pelos índios de “Faca Longa”, reeleito presidente dos Estados Unidos exterminou e removeu índios. Desrespeitou a Suprema Corte Americana, favorecendo ilegalmente os Colonos.

Espírito-santense, são os nascidos no Espírito Santo. Capixabas são os que vivem neste Estado, ou que amam esta terra. “Venham de
onde vierem...”, como cantamos no hino de Vila Velha, nossa capital histórica.
 

Kleber  Galvêas – Tel. (27) 3244 7115 www.galveas.com maio/2015.
   




VOLTAR